Seleção
Natural
A ação da seleção natural consiste em selecionar indivíduos mais adaptados a determinada condição ecológica, eliminando aqueles desvantajosos para essa mesma condição.
A
expressão mais adaptado refere-se à maior
probabilidade de determinado indivíduo sobreviver e deixar descendentes em
determinado ambiente.
A
seleção natural atua permanentemente sobre todas as populações. Mesmo em
ambientes estáveis e constantes, a seleção natural age de modo estabilizador,
está presente, eliminando os fenótipos desviantes.
Entretanto, o ambiente não representa um sistema constante e
estável, quer ao longo do tempo, quer ao longo do espaço, o que determina
interações diferentes entre os organismos e o meio.
Essa
heterogeneidade propicia diferentes pressões seletivas sobre o conjunto gênico
da população, evitando a eliminação de determinados alelos que, em um ambiente
constante e estável, não seriam mantidos. Dessa forma, a variabilidade genética
sofre menor redução.
É
o que acontece com a manutenção na população humana de certos alelos que
normalmente seriam eliminados por serem pouco adaptativos. Um exemplo é o alelo
que causa uma doença chamada anemia falciforme ou
siclemia.
Essa
doença é causada por uma alelo que condiciona a formação de moléculas anormais
de hemoglobina com pouca capacidade de transporte de oxigênio. Devido a isso,
as hemácias que as contêm adquirem o formato de foice quando a concentração de
oxigênio diminui. Por essa razão são chamadas hemácias falciformes.
Os heterozigóticos
apresentam tanto hemácias e hemoglobinas normais como hemácias falciformes.
Apesar de ligeiramente anêmicos, sobrevivem, embora com menor viabilidade em
relação aos homozigóticos normais.
Em
condições ambientais normais, o alelo para anemia falciforme sofre forte efeito
seletivo negativo, ocorrendo com baixa frequência nas populações. Observou-se,
no entanto, alta frequência desse alelo em extensas regiões da África, onde há
grande incidência de malária.
Essa
alta frequência deve-se à vantagem dos indivíduos heterozigotos para anemia
falciforme, pois são mais resistentes à malária. Os “indivíduos homozigóticos
normais” correm alto risco de morte por malária enquanto os “indivíduos
homozigóticos para a anomalia” morrem de anemia. Os heterozigóticos,
entretanto, apresentam, sob essas condições ambientais, vantagem adaptativa,
propiciando a alta taxa de um alelo letal na população.
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